About me

 
 
  • I'm Didi
  • From São Paulo, SP, Brazil
  • Diretora de Arte e sócia da 4 Design. Apaixonada por games, música, design, cinema, Sci-Fi, anime, manga, gatos, roupas, artes, antigas civilizações, arquitetura, lugares exóticos, cultura e povos diferentes, cores, mudanças, novidades, arqueologia, o velho e o novo, Preto e branco e colorido, e tudo que há de bom na vida!
My profile
 
 

my last fm

 
 
 
 

Search

 
 

 
 

PREVIEW POST

 
   
 

ARQUIVOS

 
   
 

LINKS

 
   
 

bLOG FEED

 
   
 
 

« Home | Teste de uma foto minha em illustratorEu amoooooo... » | Mochilando no Peru... » | A Rosa mais bela do meu jardim » | O nome do meu blog veio por alguns motivos. Primei... »

Ritos de passagem

Eu não sou uma pessoa religiosa fervorosa, mas tenho minhas crenças.
Acredito que a passagem da morte para outra vida ou um possivel paraiso, seja la o que for, sempre foi presente em várias culturas e civilizações, cada uma tratando de uma forma diferente o final da vida na terra.
No Peru, vi 3 tipos diferentes de cerimônias que as antigas civilizações - incas e nazcas - faziam com seus mortos.
A civilização nazca não enterrava seus mortos. Eles usavam uma espécie de mumificação e o colocavam em jazidos abaixo da terra, porém, estes não tinham terra, eram fechados com madeira e ai por cima dessas eles colocavam terras em alguns casos.
Era como se fosse uma casinha. Quando a pessoa falecia, eles colocavam o corpo desta no sol para secar por 3 dias, e tirar toda a humidade que o corpo possuia. As vezes, para ajudar no processo, eles colocavam uma frutinha que suga a humidade nos orifícios - nariz, boca, olhos e ouvidos - para poder chupar a humidade do cérebro.
Depois de seco, o morto recebia em seu corpo uma pasta preparada para mumificação, e em seguida era embrulhado numa especie de algodão. Dessa forma, prevalecia os tecidos do corpo, deixando os seco como um couro.

A partir disso, eles colocavam roupas nos mortos e os colocavam em posição fetal. Embrulhavam mais uma vez com outras roupas, as vezes tendo camadas e mais camadas de vestimentas dependendo do nível hierarquico do falecido, e colocavam estes numa cesta. Ao redor dessa cesta, depositavam comidas, pertences - na maior parte cerâmica - e o colocavam sentados nessa vala feita de tijolos artesanais. Quando finalizavam essa vala, cubriam-na com madeira, e assim o morto ficava libre em sua vala, sem ter terra jogada por cima.
Eles sempre enterravam nessa posição fetal pois acreditavam que nessa posição o elo com divino era maior, pois tinha a ligação do nascimento com a morte pela mesma posição, levando assim um caminho mais fácil para sua jornada. Também acreditavam que essa posição ajudava a ligação atraves do cordão umbical - inexistente no material, mas presente espiritualmente.

Ver uma múmia dessa é estranho! Porque são camadas e mais camadas de algodão e tecidos que parece q o esqueleto fica até gordo.
Outra coisa que vi nessas mumias foi a divisão hierarquica através do cabelo! Algumas múmias tinham 3 metros de cabelo e isso era sinal que essa pessoa foi alguem com muito status, pois um trabalhador não suportaria trabalhar com o peso do cabelo em suas costas. Essas mumias poderiam ser de sacerdotes, ou de alguma pessoa de poder politico dentro da sociedade.

Bom, isso relatado foi apenas para a cultura Nazca, mas acredito que cada cultura teve seu ritual diferente, e hoje, uma semana após a morte da minha avó eu vejo q nós, hoje em dia, quase nao temos ritual algum.

Não existe mais um respeito, ou uma cerimônia para os mortos. Lógico que temos nossos sentimentos, mas por exemplo, você diz para uma pessoa que fulano morreu, e no dia seguinte, ela ja esta lhe chamando para uma festa. Se vc diz que não está preparado, seja para trabalhar, seja para sair, seja para namorar, enfim, qualquer coisa, as pessoas acham estranho, como se nenhuma delas tivessem passado por isso.
No geral, estamos aceitando rapido demais a morte de nossos amigos e familiares, e processando muito rapido o sentimento de perda. Não sei ate que ponto isso é bom, pois se a pessoa é um parente ou amigo muito querido e próximo, você acaba sufocando a sua dor, para seguir a vida adiante no ritmo de seu trabalho, de suas tarefas, e aquilo fica sufocado dentro de ti. Com o tempo, aquele sentimento preso, vai se transformando em outras coisas, que podem acarretar um comportamento mais agressivo em relacao ao mundo - o fato de terem tirado alguem de vc ja eh revoltante - ou o sentimento de angustia, pois vc nao assimilou a ideia no tempo natural que uma perda promove, e em casos mais extremos podem gerar até doenças, pois qdo nao nos sentimos equilibrados consigo mesmos, tendemos a ficar entristecidos e nosso sistema imunológico baixar.

Precisamos lidar com a perda, e seja lá qual for a sua crença em festejar esse momento que para uns é visto como um nova vida, ou chorar para outros como é um momento de dor. Sinto que precisamos dar espaço para aqueles que sofrem, e se não quiser compartilhar a perda, que sintam-se pelo menos com compaixão pelo sentimento alheio.